quinta-feira, 2 de junho de 2011

Presidente da Fifa nega crise com a Federação Inglesa de Futebol


joseph blatter, presidente da fifa (Foto: agência Reuters)Reeleito nesta quarta-feira, Joseph Blatter garante que tratará todas as associações da organização da mesma maneira.

Joseph Blatter, presidente reeleito da Fifa, insiste que não tratará com indiferença a Federação Inglesa de Futebol (FA), que se mostrou contrária à sua reeleição nesta quarta-feira, tentando adiar a eleição até que as denúncias de corrupção na entidade fossem investigadas.
Apesar de ter se sentido surpreso com a atitude dos ingleses, o suíço não pretende dificultar a vida da FA em seus próximos quatro anos à frente da organização.
- Eu sou o presidente de todas as associações e trabalharei para todas elas. Não há um sentimento ruim com nenhuma associação que não tenha votado em mim. Sou o presidente da Fifa e, com 186 votos, estou orgulhoso. Não se preocupem com os ingleses - afirmou.
Blatter era o único candidato à presidência da Fifa e foi eleito sem maiores problemas. Entre os 208 representantes de federações, apenas cinco não votaram ou estiveram ausentes no 61º congresso da Fifa.
Após a confirmação de sua reeleição, o presidente destacou a importância da FA para o futebol, mas criticou a postura de tentar acabar com a era Blatter dentro da instituição.
- A associação número um na Fifa (a FA foi fundada em 1863) tem o direito de ser chamada de Associação do Futebol (tradução original). Eles deveriam ser um exemplo, então, foi uma surpresa - admitiu.
"Crise" na Fifa
Nas últimas semanas, a Fifa vem enfrentando uma série de denúncias e escândalos. O primeiro, as acusações de que quatro membros do comitê executivo da entidade, entre eles o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, teriam pedido favores para a escolha da Copa do Mundo de 2018. As denúncias foram averiguadas e, segundo a Fifa, os envolvidos foram inocentados.
Pouco tempo depois, foi a vez de Mohammed bin Hammam, presidente da Confederação Asiática de Futebol e ex-concorrente à presidência da Fifa, e do presidente da Concacaf e vice da Fifa, Jack Warner, serem acusados de comprarem votos e subornar pessoas para ajudar na campanha de Hammam. Ambos acabaram suspensos pelo comitê de ética da Fifa.
Revoltado com a punição, Warner, que havia prometido dias antes da reunião do comitê revelar um “tsunami” de outros escândalos, disparou denúncias. Primeiro, acusou Blatter de ter feito uma suposta doação de US$ 1 milhão de dólares (R$ 1,6 milhão) à Concacaf para, em troca, receber apoio na sua reeleição. Depois, revelou um e-mail enviado a ele por Jérome Valcke, secretário-geral da Fifa, no qual o dirigente fala que o Qatar comprou o direito de sediar a Copa de 2022.
Valcke negou veementemente as acusações e disse que foi mal interpretado. Blatter, por sua vez, convocou uma coletiva na última segunda-feira e, de forma evasiva, rebateu as denúncias dizendo que a Fifa não estava em crise.